Seu Zezinho e a fazenda Santa Fé

26/08/2012 14:03

 

Seu Zezinho e a Fazenda Santa Fé

O Sr. José Vieira da Silva, mais conhecido como "Seu Zezinho", e sua esposa Dna. Maria Santana da Silva, chegaram à fazenda Santa Fé em 1943, época de muitas dificuldades econômicas no país e no mundo. Vieram pequena cidade de Joanópolis, interior de São Paulo e, durante muitos anos, seu Zezinho foi o capataz da Fazenda Santa Fé, área rural onde atualmente se encontram o Bairro Vista Verde, Jd. Motorama, Jd. São Vicente, Jd. Americano, Jd. Campos do São José e a REVAP-Petrobrás.  
 

Há cerca de 30 anos, a Vista Verde era uma fazenda, de nome Santa Fé. Fazenda essa que abrangia desde a Via Dutra até o Cajuru. Era uma mata fechada, de dar inveja a qualquer ecologista de hoje.

Sr. José Vieira da Silva, o Seu Zezinho, e sua esposa D. Maria Santana, chegaram à fazenda Santa Fé em 1943, época de muitas dificuldades econômicas no país e no mundo. Vieram de Joanópolis, interior de São Paulo e durante muitos anos, seu Zezinho foi capataz da Fazenda. As atividades produtoras da fazenda eram: o leite e o queijo, vendidos na cidade e as uvas, para fabricação de vinho de marca Barão, de ótimo sabor, dizia Seu Zezinho.

Os proprietários da fazenda residiam em São Paulo, pessoas de grande poder econômico, inclusive possuindo hípica na capital.

Seu Zezinho logo recebeu o apelido de exterminador de cobras. A região era infestada por elas e diariamente animais eram picados. Disse-me ele, que certa vez, teve que atear fogo em parte do pasto, para acabar com as cobras.Dentre as estórias de cobras que ele contava, há uma muito interessante e pitoresca. Seu Zezinho foi chamado por uma família que morava na fazenda para matar um rato, que estava dentro de um fogão de lenha velho. Não era um rato e sim uma cobra cascavel, de 5 metros, com 38 guizos. Quem o ajudava nestas caçadas às cobras era o seu cãozinho e amigo Pituco, que ficava de rabo em pé quando localizava alguma. 

Na sede da fazenda, hoje Condomínio Floresta, havia grande plantação de árvores frutíferas e as frutas eram doadas ao Sanatório Antoninho da Rocha Marmo e Hospital Geriátrico Vicentina Aranha. Ali ainda existem árvores com mais de 200 anos de idade, como mangueiras e jaqueiras. Ainda existe lá um poço com água puxada por um aparelho movido a vento, que muita gente não conhece.

A variedade de animais não domésticos que tinha na fazenda era tão grande que se poderia até montar um zoológico. Restou como lembrança daqueles tempos, as árvores e a sede da Fazenda, dentro do Condomínio Floresta, as mangueiras da Rua Buenos Aires e a mata que separa o Vista Verde Clube da Alameda Harvey C. Weeks.

Enquanto a Vista Verde crescia, o casal simpático e de bom coração continuava a morar na casa sede, como era chamada. Seu Zezinho tornou-se um funcionário da Ibecasa, zelando pela conservação do local até tornar-se o Condomínio Floresta. Quando as casas começaram a ser construídas no condomínio, ficaram acanhados pois sempre tiveram uma vida mais solitária. Mas fizeram muitos amigos. Seu Zezinho trabalhou na Ibecasa por uns 8 anos, e sofreu um derrame na casa onde sempre morou e que depois viu, com o coração apertado, ser demolida.

Na época, o funcionário da Ibecasa, Adílson Tromboni, presenteou o casal com uma casa no Jardim Motorama, em virtude de tantos anos de bons serviços prestados.

Seu Zezinho faleceu, D.Maria mudou-se de São José. O casal jamais imaginou que algum dia, naquela imensidão de terra onde moravam, seria construído um bairro com tanta infra-estrutura e tão bem organizado, com é a nossa Cidade Vista Verde.